grave



É preferível o rude à suavidade saturada. O quando de debaixo da pele brotam músculos aos poucos: duras curvas, mas curvas sem exageros. O antebraço pincelado de veias, a virilidade e a rudeza explícitas na circulação do sangue evidente. As vias das veias. O braço preciso ao agarrar-me, mas o também acolhimento. A anatomia de um vasto peito aberto. E que entre o braço e o peito não se disfarce o crescimento de pêlos provocados pelos mecanismos hormonais, os mesmos que dão gravidade à voz para o ordenar suave: Vem cá, eu te alcanço, tu hás de ser abocanhado pelos meus dentes suados de saliva. A cama quente, livre de quaisquer delicadezas de vozes agudas e de unhas longas. A voz grave. A roupa preenchida. O teso músculo, a transformação do amigo em gentil invasor. A roupa mais preenchida. O sinal de vida. Os sinais de nascença. A mão por trás: duas pedras macias, a textura lânguida e a consistência tesa das carnes firmes. Os pêlos por aí, a sinceridade e a sem-vergonhice em ser grave. Os pés grandes, a expansão espontânea, o despreocupar-se por ser vasto e dominar largos territórios. Os mamilos e não as mamas. Os poros atiçados: todo o corpo que se denuncia pronto. A roupa, mais preenchida, transborda. E já ali o grito no escuro, o lançar-se no silêncio branco noite adentro. As nervuras tratadas, jorrantes, tamanha a presença do desejo. O grande corpo, a honestidade no ocupar territórios, a explícita necessidade de se realizar enquanto macho; sem hesitações.
[Th Barbalho]

4 comentários:

Alex Mendes disse...

Lindo!

Samuel Costa disse...

que texto massa!
de quem é esse mamilo?

rer

Alex Mendes disse...

kkkkkkk

Eu me perguntei a mesma coisa.

Thiago Barbalho disse...

hmm
modelos pegos de repente.